sábado, 30 de abril de 2011

O LIVRO DE LEVÍTICO

TÍTULO E CARÁTER: Na versão grega este livro recebeu o nome de Levítico porque trata das leis relacionadas com os ritos, sacrifícios e serviços do Sacerdócio Levítico. Nem todos os homens da tribo de Levi eram sacerdotes. O termo “levita” referia-se aos leigos que faziam o trabalho manual do tabernaculo. O livro não trata destes “levitas”, porém o título não é inadequado porque todos os sacerdotes eram efetivamente da tribo de Levi.
Embora o livro de Levítico tenha sido escrito principalmente como manual dos sacerdotes, encontra-se muitas vezes a ordenança de Deus: “Fala aos filhos de Israel”, de modo que contém muitos ensinamentos para toda a nação. As leis que se encontram em Levítico foram dadas pelo próprio Deus (Lv.1:1; Nm. 7:89; Êx. 25:1), de modo que tem um caráter elevado.

RELAÇÃO COM ÊXODO E COM NÚMEROS: A revelação que se encontra em Levítico foi entregue a Moisés quando Israel ainda se encontrava acampado diante do Monte Sinai (27:34). Segue o fio da última parte de Êxodo, que descreve o tabernaculo. A seguir, Números continua com o conteúdo de Levítico. Assim os três livros formam um conjunto e estão estreitamente relacionados entre si. Todavia, Levítico se difere dos outros dois em que é quase totalmente Legislativo. Narra apenas três acontecimentos históricos: a investidura dos sacerdotes (Caps. 8 e 9), o pecado e o castigo de Nadabe e Abiú (cap. 10) e o castigo de um blasfemo (24:10-14, 23).

PROPÓSITO E APLICAÇÃO: Assim como Êxodo tem por tema a comunhão que Deus oferece a seu povo mediante sua presença no tabernaculo, Levítico apresenta as Leis pelas quais Israel haveria de manter essa comunhão. O Senhor queria ensinar seu povo, os hebreus, a santificar-se. A palavra santificação significa apartar-se do mal e dedicar-se ao serviço de Deus. É condição necessária para desfrutar da comunhão com Deus. As leis e as instituições de Levítico faziam os israelitas tomarem consciência de sua pecaminosidade e de sua necessidade de receber a misericórdia divina; ao mesmo tempo, o sistema de sacrifícios ensinava-lhes que o próprio Deus provia o meio de expiar seus pecados e de santificar sua vida.
Deus é santo e seu povo há de ser santo também. Israel deve ser diferente das outras nações e deve separar-se de seus costumes. “Não fareis segundo as obras da terra do Egito... nem fareis segundo as obras da terra de Canaã” (18:3). O pensamento chave encontra-se em 11:44, 45; 19:2: “Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. A palavra “santo” aparece setenta e três vezes no livro! O tabernaculo e seus moveis eram santos, santos os sacerdotes, santas as suas vestimentas, santas as ofertas, santas as festas, e tudo era santo para que Israel fosse santo. O apostolo santo sintetiza este principio e aplica aos cristãos: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10:31).
Nota-se a santidade divina no castigo do pecado de Nadabe e Abiú (cap. 10), e o do blasfemo (24:10-23). A santidade de Deus impõe leis concernentes às ofertas, ao alimento, à purificação, à castidade, às festividades, e outras cerimônias. Somente por seus mediadores, os sacerdotes, pode um povo pecaminoso aproximar-se do Deus santo. Tudo isto ensinou aos hebreus que o pecado é que afasta o homem de Deus, que Deus exige a santidade e que só o sangue espargido sobre o altar pode espiar a culpa. De modo que Levítico fala de santidade, mas ao mesmo tempo fala de graça, ou possibilidade de obter perdão por meio de sacrifícios.

ASSUNTO: Santidade ao Senhor!

ESBOÇO:

1)Sacrifícios caps. 1-7.
A) Matéria dos sacrifícios caps.1-5.
B) funções dos sacrifícios caps. 6,7.
2) O Sacerdócio caps. 8-10.
A) A consagração de Arão e seus filhos caps. 8-9.
B) Pecado de Nadabe e Abiú, cap.10.
3) Purificação da vida em Israel caps 11-15.
A) Leis referentes ao puro e ao impuro cap. 11.
B) Lei referente ao parto cap. 12.
C) Diagnostico e modo de enfrentar a lepra caps. 13-14.
4) Leis de santidade caps. 16-27.
A) O grande dia da expiação cap. 16.
B) Sacrifício e importância do sangue cap. 17.
C) Pecados contra a lei moral caps. 18-20.
D) Regras para o sacerdote caps. 21-22.
E) Festas sagradas caps. 23-25.
F) Provisão para o tabernaculo; o blasfemo cap. 24.
G) Promessas e ameaças, cap. 26.
H) Votos e dízimos cap. 27.

SIGNIFICADO E VALOR DO LIVRO:
Através deste livro podemos entender outros livros da Bíblia, principalmente sobre o livro de Hebreus. Além de entendermos todas as demais referencias bíblicas aos sacerdotes, em seus contextos e instituições e atribuições. O livro também apresenta princípios elevados da religião, conquanto estabeleça normas e cerimônias. Deve-se descartar a casca (a forma antiga das leis) e guardar o grão (o principio moral ou espiritual). As leis e cerimônias de Levítico mostram como Deus opera para remover o pecado mediante o sacrifício e a purificação, como Deus atua  contra pecados sociais por meio do ano sabático e do ano jubileu, e como ele enfrenta a imoralidade por meio das leis da castidade e também mediante promessas e ameaças. É notável que em Levítico se encontra o sublime preceito: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (19:18).
Finalmente, este livro tinha o propósito de preparar a mente humana para as grandes verdades do Novo Testamento. Levítico apresenta o Evangelho revestido de simbolismo. Os sacrifícios da antiga aliança, especialmente o do grande dia de expiação, antecipavam o sacrifício do mediador da nova aliança. Para entender cabalmente o Calvário e sua glória redentora, temos de vê-lo à luz do livro de Levítico; este livro põe em relevo a verdadeira face do pecado, da graça e do perdão, e assim prepara os israelitas para a obra do Redentor.

CONTEÚDO E METODOLOGIA:

Sacrifícios:

Como a revelação era o meio que Deus usava para aproximar-se de seu povo, assim o sacrifício era o meio pelo qual o povo podia aproximar-se de Deus. O Senhor ordenou: “Ninguém aparecerá vazio diante de mim” (Êx. 34:20); Dt. 16:16).
Como se originou o sacrifício?

O sistema sacrificial foi instituído por Deus para ligar a nação israelita a ele próprio. E não obstante os sacrifícios remontam ao período primitivo da raça humana, quando Caim e Abel, despontam na história como os primeiros que ofereceram sacrifícios ao Senhor. A idéia sacrificial ficou gravada na mente humana e o costume foi transmitida a toda a humana, num senso deidade. Com o passar do tempo, os sacrifícios oferecidos pelos que não conheciam a Deus, uniram-se aos costumes pagãos e a idéias corruptas como, o conceito, por exemplo, de que os deuses literalmente comiam o fumo e o odor do sacrifício.

O sistema mosaico de sacrifícios; o objetivo:

O motivo básico dos sacrifícios é a substituição e seu fim é a expiação. O pecado é sumamente grave porque é contra Deus. Além do mais, Deus é “tão puro de olhos que não pode ver o mal” (Habacuque 1:13). O homem que peca merece a morte. Em seu lugar morre o animal inocente e esta morte cancela ou retira o pecado.
A alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas.” (Lev. 17.11).
Deus designou o sangue como sacrifício, pois é considerado como principio vital, não tem significado em si mesmo, senão como símbolo e demonstração de que um animal morreu em seu lugar, para pagar pelos seus pecados. Simboliza uma vida oferecida pela morte. Ao espargir sangue sobre as pessoas ou coisas, mostra-se que elas se aplicam os méritos dessa morte.
Esta possibilidade e alcançar expiação do pecado mediante um sacrifício substitutivo evidencia a graça divina e constituía o coração da antiga aliança. Sem possibilidade de expiação, a lei permaneceria esplendida, porém inatingível. Serviria apenas para condenar o homem. Por mais que o homem se esforçasse para cumprir a lei na íntegra, seria vencida pela fraqueza moral, inerente a sua natureza pecaminosa, e para cumprir todas as exigências de um sacrifício puro e perfeito, de uma vez por todas e para sempre, Jesus se ofereceu como sacrifício santo e insubstituível por toda a humanidade, para que através deles fossemos feitos santos e justos diante de Deus.
A segunda idéia relacionada ao sacrifício é a consagração. Também está presente a idéia da constante comunhão com Deus, nas ofertas de paz e em Cristo. Além da adoração no sistema sacrificial. Sacrificar equivale a prestar culto a Deus, atribuir-lhe glória por ser o Deus de quem dependemos e a quem devemos nos prostrarmos e submetermos em santidade.






Tipos de animais que se ofereciam:

 A lei não admitia mais do que a estas cinco espécies de animais como aptas para o sacrifício: a vaca, a ovelha, a cabra, a pomba e a rola. Estes eram animais limpos; o animal imundo não podia ser símbolo do sacrifício santo do Calvário.
Só eram sacrificados animais domésticos porque eram estimados por seus donos, caros e submissos. De outro modo não poderiam ser figura profética daquele que “como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Isaías 53.7). O animal tinha de ser propriedade do ofertante. Finalmente, deveria ser sem manchas, simbolizando desse modo o Redentor sem mácula.


A forma que se ofereciam os sacrifícios:

                                                              i.      O ofertante levava pessoalmente o animal a porta do tabernaculo onde estava o altar do holocausto.
                                                            ii.      Depois o ofertante punha as mãos sobre o animal para indicar que este era seu substituto. Em determinados sacrifícios este ato indicava a transferência de pecados para o animal, e em outros, a dedicação da própria pessoa mediante seu substituto; podia também indicar ambas as coisas.
                                                          iii.      O ofertante degolava o animal como sinal da justiça paga de seus pecados. Assim foi no caso de Jesus: a morte foi a conseqüência lógica de haver ele carregado o pecado de todos nós (Isaías 53.6). A seguir, o sacerdote derramava o sangue sobre o altar.
                                                          iv.      Segundo o tipo de sacrifício, todo o animal, ou uma parte dele, era queimado; o restante da vítima era comido na arca do tabernaculo pelos sacerdotes e suas famílias ou, no caso do sacrifício pacífico, pelos sacerdotes e pelos adoradores.
Tipos de ofertas:

  1. O holocausto. Capítulos 1:1-17; 6:8-13. Ele destacava-se entre as ofertas porque era inteiramente consumido pelo fogo do altar; era considerado o mais perfeito dos sacrifícios. Representava a consagração do ofertante, pois a vítima era queimada inteira para o Senhor. O termo holocausto significa “o que sobe”. Transformavam-se em fumo e chama, como cheiro suave as santas narinas de Deus.
  2. A oblação ou oferta de alimento. Capítulos 2:1-16; 6:14-23. A palavra traduzida por oblação significa em hebraico “aproximação”. A oblação não era um sacrifício de animal, consistia em produtos da terra que representavam o fruto dos labores humanos, incluíam flor de farinha, pães asmos fritos e espigas tostadas. Provavelmente não era apresentada sozinha, mas acompanhada dos sacrifícios pacíficos ou de holocaustos (Nm. 15:1-16). Uma porção pequena era queimada sobre o altar e o restante pertencia aos sacerdotes, salvo quando o sacerdote era o ofertante (em tal caso esse restante era queimado). Oferecia-se o melhor que o ofertante possuía, e isto ensina que nossas dádivas a Deus devem ser de alta qualidade. Também a oblação ensina aos crentes que lhes cabe sustentar os que ministram as coisas sagradas (I Co 9:1-14).Deitava-se azeite sobre a oblação. O azeite é símbolo do Espírito Santo. Oferecia-se incenso com a oblação. O incenso representa a oração, intercessão e louvor (Sl 141.2; Ap 8:3,4).
  3. O sacrifício de paz. Capítulos 3:1-17; 7:11-34; 19:5-8; 22:21-25. Era uma oferta completamente voluntária. Seu traço característico residia no fato de a maior parte do corpo do animal sacrificado ser comida pelo ofertante e seus convidados em um banquete entre Deus e os homens.
  4. O sacrifício pelo pecado. Capítulos 4:1-5:13; 6:24-30. Esta oferta destinava-se a expiar os pecados cometidos por ignorância e erro.
  5. O sacrifício pela culpa ou por diversas transgressões. Capítulos 5:14-6:7; 7:1-7. Era oferecida em caso de violação dos direitos de Deus ou do próximo, tais como descuido nos dízimos, pecados relacionados com a propriedade alheia e furtos. O ofensor que desejasse ser perdoado confessava com a restituição ao defraudado e adicionado a isso uma quinta parte como multa tirada de suas possessões. (Nm. 5:8).

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O LIVRO DE ÊXODO


Para os judeus este foi o grande ato salvador de Deus. Todas as gerações posteriores deveriam recordar com agradecimento, pois foi à intervenção miraculosa de Deus como resposta aos lamentos do Seu povo escravizado e grande triunfo sobre os deuses do Egito demonstrando assim sua total supremacia.
Foi o momento histórico lembrado pelas gerações na Festa da Páscoa, a qual fala da misericórdia e ao mor de Deus. Assim se estimulava a lembrança do passado e se advertia o perigo do esquecimento.
Manifesta também a ação de Deus em prover sempre o resgate para os Seus (Em Babilônia Is 51.9-11; em Cristo Lc 9.31).
Em outro aspecto manifesta também o tema deprimente da persistência dos pecados do povo de Israel, os constantes erros, e suas tristes conseqüências!

Propósito e mensagem do livro:

O livro de Êxodo relata como a família escolhida no Gênesis veio ser uma nação. Registra dois acontecimentos transcendentes da história de Israel: o livramento do Egito e a entrega do pacto da lei no Monte Sinai. O livramento do Egito possibilitava o nascimento de uma nação; o pacto da lei modelava o caráter da nação a fim de que fosse um povo santo.
O livro descreve, em parte, o desenvolvimento do antigo concerto com Abraão. As promessas que este recebeu de Deus incluíam um território próprio, uma descendência numerosa que chegaria a ser uma nação e benção para todos os povos por meio de Abraão e sua descendência. Primeiro Deus multiplica seu povo no Egito, depois o livra da escravidão e a seguir o constitui uma grande nação.
Êxodo é um livro de redenção. O redentor Jeová não somente livra seu povo da servidão egípcia mediante seu poder manifesto nas pragas, mas também redime por sangue, simbolizando o cordeiro pascoal. A páscoa ocupa lugar central na revelação de Deus a seu povo, tanto no Antigo Pacto como no Novo Pacto, pois o cordeiro pascoal é o símbolo profético do sacrifício de Cristo. Por isso a festa da páscoa converteu-se na comemoração da nossa redenção (Lucas 22:7-20).
Também em Êxodo o Senhor prove para seu povo redimido tudo o que ele necessita espiritualmente: os israelitas precisam de uma revelação do caráter de Deus e da norma de conduta que ele exige; ele lhes dá a lei, mas também faz aliança com eles estabelecendo uma relação incomparável e fazendo-os seu especial tesouro. Os hebreus redargüidos de pecado pela lei, necessitam de purificação, e o Senhor lhes proporcionou um sistema de sacrifícios. Necessitam aproximar-se de Deus e prestar-lhe culto, e Deus lhes dá o tabernaculo e ordena um sacerdócio. Tudo isto tem finalidade divina de que seja uma nação santa em reino de sacerdotes.
Êxodo jorra luz sobre o caráter de Deus. No livramento de seu povo vê-se que é misericordioso e poderoso. A lei revela que ele é santo; o tabernaculo revela que ele é acessível mediante sacrifício aceitável.
É evidente o paralelo entre o livramento dos escravos israelitas e um maior êxodo espiritual efetuado pela obra e pessoa de Cristo Jesus. O Egito vem a ser um símbolo do mundo pecaminoso; os egípcios, símbolo de pecadores escravizados; Moisés simboliza o redentor divino que livra o seu povo mediante poder e sangue e o conduz à terra prometida.


A PEREGRINAÇÃO DE ISRAEL COMO UM TIPO DE VIDA CRISTÃ
 (Conforme ICo 10:1-11).

A escravidão no Egito. Um tipo de escravidão do pecado.
Moisés surge como um libertador do povo de Deus, tipificando Cristo.
O cordeiro da páscoa tipifica Cristo que é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
A perseguição de Israel por parte de Faraó, 14:8-9. Um tipo das forças do mal que perseguem os crentes da época.
A divisão do Mar Vermelho, 14:21. Onde parte dos impedimentos para a travessia é removida, o sobrenatural em ação.
A coluna de nuvem e fogo, 14:19-20,  tipificando a presença divina sobre Israel.
O Cântico de Moisés, 15:1-19, um louvor de vitória espiritual.
A multidão mista, 12.38, tipificando gente mundana no meio da Igreja.
Mara e Elim, 15:23-27, um tipo das experiências amargas e doces da vida espiritual.
As panelas da carne, 16.3, um tipo dos prazeres sensuais da vida passada.
O maná, 16:4, Um tipo de Cristo, como Pão da Vida.
O água da rocha, 17.6, Cristo como Água da Vida, ICo 10.4.
Sustentar erguidas as mãos de Moisés, 17.12, a necessidade da cooperação dos irmãos e os líderes.
Na estrutura do Tabernaculo – seus utensílios, suas ordenanças, as vestes sacerdotais, a arca da aliança, etc. – estão muitos tipos de Cristo e da Igreja.

TÍTULO: Êxodo significa “saída” e a versão grega deu ao livro esse título porque ele narra o grande evento da historia de Israel: a saída do povo de Deus do Egito. Ele é o elo indispensável do Pentateuco, pois conta a história do povo hebreu iniciada em Gênesis. É a figura de Moisés que domina quase todo o relato do livro de êxodo. Os assuntos do sistema sacerdotal e da Lei de santidade iniciados nele, por sua vez, se desenvolvem em Levítico. Também a história da caminhada de Israel para a Terra prometida, a qual constitui a maior parte de números, encontra seu principio em Êxodo. Finalmente acha-se em Deuteronômio um eco tanto de Números quanto de Êxodo. Por isso, ao livro de Êxodo chama-se o coração do Pentateuco.

AUTOR E PERSONAGEM CENTRAL:

MOISÉS, comumente aceito como sendo seu autor.

TEMA PRINCIPAL:

Deus redime o seu povo e o transforma em uma grande nação.

PALAVRA CHAVE: Libertação!

Relata quatro períodos da historia de Israel:
1) O Período do Cativeiro.
A) A opressão do Egito, cap. 1:7-22.
B) Os primeiros anos da vida de Moisés.
  • Seu nascimento e adoção, 2:1-10.
  • Sua intenção de ajudar os irmãos, 2:11-14.
  • Sua fuga para Mídia, 2:15.
  • Seu casamento, 2:21.
  • Passam 40 anos! At. 7:30.
2) O Período da Libertação.
A) A chamada de Moisés na sarça ardente, 3:1-10.
B) Sua comissão e capacitação divina, 3:12-22; 4:1-9.
C) Suas desculpas, 3:11; 4:10-13.
D) Arão se associa com Moises e ambos pedem a Faraó a libertação do povo de Israel, 4:27-31; 5:1-3.
E) A severidade da escravidão se acentua; 5:5-23.
F) Instruções divinas a Moisés e a Arão, caps 6-7.
G) A contenda com Faraó e a aflição com as dez pragas, caps 7-11.
H) A páscoa, cap 12.
3) O Período da Disciplina.
A) O Êxodo, 12:31-51.
B) As experiências do caminho até o Monte Sinai, caps 13-18.
4) O Período da Organização e da Legislação.

A) A chegada ao Sinai, 19:1-2.
B) A aparição do Senhor no Monte, cap. 19.
C) A promulgação dos dez mandamentos, cap. 20.
D) Proclamação de outras Leis, caps. 21-24.
E) Orientação acerca da edificação do Tabernaculo, caps. 25-27.
F) A designação do sumo sacerdote, cap. 28.
G) A adoração do bezerro de ouro, cap 32
H) A preparação e a construção do Tabernaculo, caps. 35-40.


O ÊXODO ISRAELITA

Havia muita gente (Aproximadamente entre 1,8 milhão a 3 milhões)!
Carregavam muita bagagem!
Passaram muito tempo (40 anos)!
Viviam numa situação muito incomoda, pois tinha a sensação de permanência, uma enorme sucessão de entre e sai, faz e desfaz malas, arma e desarma acampamento!
Tinham relacionamentos difíceis!
Total e involuntária dependência de Deus!
Havia muito pecado entre eles!
Muita disciplina, porque Deus é santo e justo!
Muito êxito! O Êxodo de Israel foi um êxito de Deus!

Durante o Êxodo, Deus se revelou de maneira marcante, acabou com a pluralidade de deuses, condenou a adoração de imagens, mostrou a sua soberania e providencia, proclamou a sua justiça e misericórdia e providenciou os códigos de fé e conduta.

O ÊXODO CRISTÃO

Nós também fomos resgatados de uma situação de opressão!
Nós também estamos a caminho da Canaã celestial!
Nós também temos a companhia de muitas pessoas estranhas!
Nós também estamos rodeados de inimigos!
Nós também celebramos a nossa páscoa!
Nós também temos pressa para chegar à nossa Canaã!
Nós somos o Israel de Deus hoje!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O homem no Édem


Gênesis 2:4-25. Podemos ver solicitude de Deus pelo homem nos seguintes fatos:
  • Colocou-o no Jardim do Édem (delicia ou paraíso), um ambiente agradável, protegido e bem regado.
  • Deus proveu para Adão uma companheira idônea (semelhante ou adequada), instituindo assim o matrimonio. Deve ser monógamo, pois Deus criou uma só mulher para um homem, deve ser exclusivista, porque deixará o varão seu pai e sua mãe, deve ser uma união estreita e indissolúvel, apegar-se-á a sua mulher e serão ambos uma só carne. Ensina-se aqui a igualdade e a dependência mútua dos sexos. “Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão” (I Co 11:11). Um não é completo sem o outro. O comentarista, Matthew Henry, observa que a mulher não foi formada da cabeça, para que não exerça domínio sobre o marido, nem de seus pés, para que não seja pisada por ele, mas de seu lado, retirando uma de suas costelas, para ser igual a ele, e de perto de seu coração, para ser amada por ele.
  • Deus concedeu a Adão ampla inteligência, pois ele podia dar nomes a todos os animais.
  • Deus mantinha comunhão com o homem (3.8), e assim o homem podia cumprir seu mais elevado fim, relacionar-se com seu criador.
  • Deus pos o casal à prova quanto à arvore da ciência do bem e do mal. Mas, em que forma isto nos revela que Deus tinha solicitude pelos primeiros homens? Para os filhos de Deus as provas são oportunidades de demonstra-lhes amor, obedecendo a ele. Também constituem um meio de desenvolver seu caráter e santidade. Adão e Eva foram criados inocentes, porém a santidade é mais do que a inocência, é a pureza mantida na hora da tentação!

A queda e suas conseqüências

O drama do capitulo 2 e 3 de Gênesis revela como os humanos tornaram-se pecadores e corromperam a ordem criada mediante a desobediência deliberada. Em conseqüência da ação deles, o mundo da experiência humana ficou fragmentado, alienado e caótico. O drama insiste que a humanidade, não Deus, é culpada pela corrupção do mundo de Deus.






Elementos envolvidos no processo:

A serpente. Embora seja apresentada como animal comum, o texto chama a atenção para sua astúcia que a distingue dos outros animais. O texto não registra nenhum espanto por parte de Eva pelo fato da serpente falar com ela, há quem pense que a serpente, antes desse episodio, andava ereta, e que na maldição pronunciada por Deus sobre ela, foi condenada a andar sobre seu ventre. Alguns estudiosos afirmam que o artigo definido a serpente em Gênesis 3.1 é enfático, por isso se refere a uma serpente especial, um réptil que estava sendo influenciado por Satanás, ou personificado por ele. Parece que Satanás realizou um milagre diabólico. Seja qual for a questão, o certo é que Satanás foi a causa original da tentação, do pecado, e sobre isso não paira dúvidas (Ap 12.9; 20.2).
A árvore do conhecimento do bem e do mal. Muitos estudiosos afirmam que esta árvore na se diferenciava em nada das outras; o que a tornava especial era apenas a recomendação do criador para que não comessem do seu fruto, sob pena de morte. A árvore não tinha poder em si para dar conhecimento, ela seria apenas um meio usado por Deus para pôr em prova a fidelidade e obediência do homem. Obedecendo a Deus, o homem permaneceria inocente, desobedecendo pecaria, e do pecado viria a consciência do mal. A questão não estava na arvore, mas na atitude do homem perante a ordem divina.
A mulher e o homem. Nem Deus nem o homem são autores do pecado, pois é algo que vem de fora, mediante a serpente (Satanás, cf. II Co 11.14; Ap 12.9 e 20.2). Observe que a tentação está associada a duvida relativa à Palavra de Deus: “Deus disse”. São estes os estágios da tentação:
  1. A curiosidade e a desconfiança despertadas em Eva.
  2. Insinuação da tríplice duvida com referencia a Deus: sua bondade no tocante a restrição; sua retidão relativamente a afirmação de que morreriam; e sua santidade quando Satanás assevera que ao contrario de morrerem, “como Deus sereis, conhecedores do bem e do mal”, assim essa tríplice duvida conduz a:
  3. Incredulidade, que por sua vez se desfecha na...
  4. Desobediência!
A punição
Para a serpente, seria maldita entre todos os animais, andaria sobre o ventre, alimentar-se-ia do pó; seria inimiga da mulher, e de sua descendência.
Para a mulher, todo o período de gestação seria acompanhado de dores, no momento do parto aumentariam essas dores, o desejo dela seria para seu marido e ele a governaria. Esse desejo é de natureza física, uma dependência emocional e física ligaria a mulher a seu marido.
Para o homem, proveria seu sustento com fadigas e aflições, pois sua plantação seria invadida por espinhos e abrolhos, ele foi à razão da maldição de toda a terra; perdeu o direito a vida eterna, e conheceu a morte espiritual, foi lançado fora do jardim do Éden (Gn 3.23-24).

O começo da civilização

Caim e Abel. Filhos de Adão e Eva. Caim significa aquisição, e Abel, vaidade.
Eles tinham temperamentos, personalidades e profissões diferentes, ambos foram criados no mesmo contexto, contudo eram opostos entre si. Caim era agricultor e Abel pastor de ovelhas.
Uma oferta ao Senhor (Gn 4.3), esta expressão sugere haver um determinado lugar para o culto e a manifestação de Deus, (Gn 4.14).

Como se iniciou o costume do culto e sacrifício?
Fez o Senhor vestimentas de peles para Adão e sua mulher (3.21). Os comentadores observam sobre como esse primeiro sacrifício, realizado pelo próprio Deus, lançou base para o sistema sacrificial de fé para os hebreus.  Depois da queda eles sentiram necessidade de ofertar sacrifício a Deus para ter comunhão com Ele, e assim se desenrola o sacrifício dos irmãos, Caim e Abel. Caim ofertou a Deus as primícias do campo, contudo seu coração estava repleto de hipocrisia (Hb 11.4), e Abel um novilho cevado. Deus, contudo aceitou apenas a oferta de Abel, que era sincera, e isso acendeu a ira de Caim, fazendo-o praticar o 1° homicídio, contra seu irmão.
Depois de ter matado Abel, Caim retirou-se da presença de Deus e habitou na terra de Node.

O Dilúvio (Gênesis 6-9)

A data e a extensão do dilúvio

É impossível determinar a data exata do dilúvio. As estimativas o colocam entre 13.000 e 3.000 a.C.
Argumentos para o dilúvio universal:
  1. As palavras de Gênesis 6-9 são mais bem interpretadas como dilúvio universal (cf. 7.19-23);
  2. As tradições sobre o dilúvio, comuns a muitos povos espalhados pelo mundo, fato que todos os povos são descendentes de Noé.
  3. A extraordinária fonte de água (7.11);
  4. A duração do dilúvio, já que uma inundação local teria baixado em alguns dias;
  5. A capacidade ilimitada de Deus para agir na história.
Argumentos contra o dilúvio universal:
  1. A quantidade de águas para cobrir toda a Terra, seria oito vezes maior do que a existente;
  2. Os problemas práticos para abrigar e alimentar todos os animais durante um ano;
  3. A destruição de toda vida vegetal submersa em sal e água por 1 ano;
  4. A idéia de que para destruir a raça humana era necessária apenas uma inundação cobrindo as áreas habitadas da Terra naquele tempo;
  5. A falta de divergências geológicas de um cataclismo mundial.

O sacrifício de Noé

O mundo foi purificado pelo o juízo de Deus. Após o dilúvio, a primeira atitude de Noé foi oferecer holocausto ao Senhor.

O pacto de Deus com Noé

Nesse aspecto podem ser visto os seguintes elementos:
  1. Elementos do pacto Adâmico foram confirmados (8.21);
  2. Uma nova ordem de natureza foi estabelecida (9.1-6);
  3. O governo humano e a pena capital foram estabelecidos;
  4. Não mais haverá um juízo divino por meio de um dilúvio universal (8.21 9.1);
  5. A providencia divina, sobre toda vida, com vistas a sua preservação, estava garantida (9.10-11). Deus nunca deixaria de ser benévolo.



Benção e maldição de Noé

“Noé, o homem justo perante o mundo, caiu no pecado da embriagues em seu próprio lar”. Os longos anos de fidelidade não garantem que o homem seja imune a novas tentações.

Os descendentes de Noé

Através dos filhos de Noé (Sem, Cão e Jafé), Deus haveria de cumprir seus propósitos:
  1. Multiplicar a espécie humana (9.1);
  2. Habitar e administrar a Terra, através da dispersão das famílias e nações (9.7);
  3. Preservar a linhagem da qual suscitaria o redentor prometido (3.15; 4.26).
A família de Noé saiu da arca nas montanhas de Ararate. Muitos acham difícil a escalada do monte. Pode ser que a arca depois de descansar no monte, flutuou para outro lugar de maior facilidade, onde a família e os animais desembarcaram. Daí retornaram para a Babilônia, seu lar, antes do dilúvio, isto porque ali era melhor para o cultivo, pois possivelmente na região de desembarque as terras não eram propicias a agricultura.

Uma língua universal

Em toda a terra havia uma só linguagem e uma só maneira de falar. Todas as nações formavam um único povo, preservando um único idioma. Ninguém sabe ao certo que língua era essa, sua origem.
Morris afirma: “Depois do dilúvio, os descendentes imediatos de Noé falavam a mesma língua, como é natural, a língua falada pelos homens que viveram o período antediluviano. É possível que essa língua fosse semita, uma vê que todos os nomes próprios de pessoas e lugares no período anterior a Babel só tem sentido na língua hebraica em si e em suas cognatas”.

A confusão das Línguas: Dispersão na Torre de Babel (11:7-32)

Torre de Babel – uma torre com o topo no céu!
Os homens ousaram tocar os céus, e assim construíram uma Torre, a finalidade dela poderia ter sido para a provisão dos meios de segurança e refúgio. O período histórico da construção da torre seria a quarta geração após o dilúvio, 101 anos depois, e 326 antes da chamada de Abraão. A falta maior na edificação da Torre estava no fato de estarem desobedecendo a uma ordem de Deus.
Dentre os motivos pelos quais, Deus confundiu as línguas temos:
  1. Rebelião a vontade revelada de Deus (9:1; 11:4);
  2. Soberba e exaltação humana (11:4);
  3. Exclusão de Deus dos planos humanos. Ao glorificarem seus próprios nomes, esqueceram-se do nome de Deus (11:4);
  4. Adoração e idolatria aos deuses e astros.
“Essa divisão provocada por Deus, pois, foi feita a fim de provocar uma união de acordo com seus próprios termos, e não em harmonia com a falsa e emblemática união dos homens antes da Torre de Babel. Essa união dos homens, como sempre acontece, terminou em confusão. Mas a união segundo Deus sempre termina em salvação” – R. N. Champlim.



Os descendentes de Sem

O autor sagrado volta-se para a genealogia de Sem a fim de apresentar-nos a figura de Abraão, por meio de quem haveria de surgir em cena a nação de Israel, e dela Cristo viria ao mundo. Esta seção assinala um ponto de partida no Livro de Gênesis. Da consideração da raça inteira, a atenção é focalizada sobre uma família genealógica, cuja cabeça, torna-se o casal para a realização do plano divino de redenção.



A HISTÓRIA DO POVO ESCOLHIDO

1) A vida de Abraão.
A) Seu chamado divino, cap. 12.
B) A história de Abraão e Ló, caps. 13-14.
C) As revelações divinas e as promessas a Abraão, particularmente a promessa de um filho, da posse da Terra Santa, e de uma grande posteridade, caps. 15-17.
D) Sua intercessão em favor das cidades da planície, e a destruição delas, cap. 18-19.
E) Sua vida em Gerar, e o cumprimento da promessa de um filho no nascimento de Isaque, caps. 20-21.
F) A prova de sua obediência por ocasião da ordem divina de sacrificar a Isaque, cap. 22.
G) Sua morte, 25:8.
2) A vida de Isaque.
A) Seu nascimento, 21.3.
B) Seu casamento, cap. 24.
C) O nascimento dos filhos Jacó e Esaú, 25:20-26.
D) Seus últimos anos, caps. 26-27.
3) A vida de Jacó.
A) Sua astúcia para adquirir o direito de primogenitura, 27:1-29.
B) Sua visão da escada celestial, 28:10-22.
C) Os incidentes relacionados com seu matrimonio e sua vida em Padã-Arã, caps. 29-31.
4) A vida de Esaú.
5) A vida de José.
O filho de Jacó, que de escravo se tornou em governador do Egito, caps. 37-50.
OS CINCO GRANDES PERSONAGENS ESPIRITUAIS DO LIVRO
1) ENOQUE, o homem que “caminhou com Deus”.
2) NÓE, o construtor da arca.
3) ABRÃAO, o pai de muitas nações.
4) JACÓ, o homem cuja vida foi transformada pela oração.
5) JOSÉ, o filho de Jacó, que de escravo tornou-se governador do Egito.









quarta-feira, 27 de abril de 2011

O LIVRO DE GÊNESIS


Título:

Provém da Septuaginta (versão grega do V.T. do século IV a.C.) e significa princípio, origem ou nascimento. Os hebreus o denominavam “no principio” em relação à primeira palavra ou frase do livro.

Propósito:

  • O livro de Gênesis introduz a compreensão da Bíblia. Muitas passagens relacionam-se intimamente com o N.T.
  • O Gênesis é o começo da Revelação divina em relação a diversas doutrinas bíblicas.
  • O Gênesis marca como Deus escolheu para si um povo. Ele começa com uma escolha de Abraão que depois é apresentada ao povo de Israel, constando assim a sua história durante o resto do V.T. Traça a linhagem piedosa, que transmite a promessa de 3.15, e vai descartando as linhas colaterais, não lhes dado importância. A historia da humanidade vai se restringido, cada vez mais, até que o interesse se concentra em Abraão, pai do povo escolhido.
  • O Gênesis pretende narrar o drama da raça humana corrompida pelo pecado e como este afeta seu relacionamento com Deus, servindo de pano de fundo, para manifestar os planos e propósitos divinos.
  • Ele vai mostrar Deus como o principio de todas as coisas, o criador do universo. É responsável pelo o mundo e por tudo o que há nele.
  • Os fatos de Gênesis são históricos, pois dão testemunho de eventos que em verdade aconteceram.
  • Gênesis manifesta a ação divina e dinâmica em todos os eventos da história da humanidade. A própria historia humana é a realização dos Seus planos.
  • O Gênesis vai traçar o plano de redenção como promessa de Deus para o homem.
  • O Gênesis é a introdução a Bíblia toda. È o livro dos princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da redenção e da raça eleita.

Na opinião de Gillis, sem o Gênesis a Bíblia “é não só incompleta, mas incompreensível”.


Estilo:

Histórico narrativo.

Assunto:

O assunto geral é o principio de todas as coisas. Porém a luz do tema da Bíblia toda, seu tema é: Deus começa a redenção escolhendo um povo!




Conteúdo:

Esse livro abrange uma época muito longa, desde as primeiras origens das coisas até o estabelecimento de Israel, no Egito. Divide-se em duas seções claramente distintas: a história primitiva (1-11), que é como “um pátio anterior” para a historia da redenção, e a história patriarcal (12-50), que evoca a figura dos grandes antepassados de Israel.
O esquema do livro é o seguinte:
  1. Introdução;
  2. História primitiva
            A) A criação (1-2);
            B) A queda e suas conseqüências (3-4);
            C) O dilúvio (5-9);
            D) A dispersão das nações (10-11).
      3.   História patriarcal
            A) Abraão (12.1 - 25.18);
            B) Isaque e Jacó (25.19 – 36.43);
            C) José (37 – 50).

Observações: As genealogias dos hebreus nem sempre são completas, pois mencionam só os nomes dos personagens destacados, omitindo amiúde pessoas de pequena importância na historia. Parece também que algumas passagens do Gênesis não estão em ordem cronológica.
  
O Principio da Criação:

Qual é a idéia mais importante no relato da criação?
Não e a descrição do processo de criar, nem a dos detalhes acerca do homem, por mais interessantes que sejam. Tal idéia é: há um Deus, e por ele, foram feitas todas as coisas. A frase, no principio Deus criou... é a resposta aos erros do politeísmo (vários deuses), do materialismo, do panteísmo, e do dualismo. Além do Universo, há um Deus eterno, que é superior à sua criação.

“No principio criou Deus...” A idéia principal em relação a este principio é que a origem de todas as coisas está em Deus. Em primeira análise em Gn 1.1. o versículo é uma sentença introdutória em relação à narrativa a seguir. A palavra predominante neste inicio de narrativa é bara (criar em hebraico) e seu significado manifesta a ação de criar do nada, sem material pré-existente (comparar com Is 65.18). “os céus e a terra” bem pode significar a criação do universo.
No versículo “a terra era sem forma e vazia” tem gerado algumas especulações em relação a uma possível recriação das coisas, pois é difícil aceitar a idéia de Deus manter uma criação em uma espécie de caos. Esta teoria argumenta que uma catástrofe universal entre Gn 1.1 e 1.2, teria acontecido antes da queda de Satanás, que havia também os dinossauros, e o juízo conseqüente de Deus, o qual teria recriado a terra posteriormente (existe dificuldade para apoio bíblico desta teoria). O abismo deve-se entender como condição de água que cobria a terra. A ação evidente do Espírito de Deus pairando sobre as águas, manifesta uma ação igual às da águia cuidando do seu ninho e seus filhotes (Deut. 32.11).
A partir do v.2, o texto descreve o progresso e a organização dos elementos criados e também outras criações a partir dos mesmos.
·         1°Dia: aparição da luz, (noite e dia), (1:3-5);
·         2° Dia: céu atmosfera e mares, (1:6-8);
·         3° Dia: surgem os continentes, aparição da vegetação, (1:9-13);
·         4° Dia: corpos celestes que iluminam a terra, o sol, a lua e as estrelas, (1:14-19);
·         5° Dia: animais marinhos e aves, (1:20-23);
·         6° Dia: os mamíferos e o homem, (1:24-31);
·         7° Dia: término da criação; descanso de Deus (2:1-3) – É o repouso da realização cumprida, não significa inatividade, pois Deus não se cansa e nutre o que cuida!
“O criador é o único Deus (Is 45:18). Ele formou a terra e tudo quanto há nela: Ele estabeleceu  terra por meio dos seus decretos, em obediência a Sua soberana vontade; Ele não deixou o caos primevo (Gn 1:2), conforme era. Ele instituiu a boa ordem e a harmonia. Criou a terra para que fosse habitada. Aos habitantes da terra Ele revelou sua salvação.

O relato bíblico e a ciência moderna

Quantos anos têm a terra? Os cientistas têm encontrado grandes evidencias de grandes mudanças geológicas, estratificação de massas de pedras, e outros indícios que os levam a concluir que a terra é antiguíssima! Bom em primeiro lugar, o cristão deve entender que o Gênesis não apresenta datas, e não se podem levar em conta suas genealogias para efetuar os cálculos, pois existem nelas grandes vazios. Em segundo lugar a Bíblia é um livro religioso, que trabalha com a fé, e não uma revista cientifica que necessita de comprovações plenas.
Deus recriou a terra em seis dias literais. Poderiam ter transcorridos milhões de anos entre a criação original e a recriação. Satanás teria destruído a 1° criação de Deus, com a sua queda, e consequentemente os dinossauros.

O começo da raça humana

O registro de Gênesis fornece-nos a narrativa sobre a origem do homem, em corpo e alma. Este é o ensino que diz que o homem foi criado por Deus por um ato especial, de tal maneira que o homem não é produto da evolução (Criacionismo Antropológico – origem do homem).

A criação do homem

O homem foi criado a imagem de Deus, mas não significa imagem física, pois Deus é Espírito, e não tem forma definida. Ter a imagem de Deus em nós significa ser dotado das faculdades de raciocínio, expressões emocionais, e agir voluntariamente. O homem é um ser moral, racional, e espiritual. Essas três características o distinguem dos outros seres criados, e sua superioridade sobre os demais seres, e a capacidade de exercer domínio sobre o restante da criação no Édem.
Somente o homem recebeu o sopro de Deus e, portanto tem espírito e alma imortais, por meio dos quais tem comunhão com Deus (Gn 2.7; Is 5.23).

A criação da mulher

O homem criado passa a desenvolver sua personalidade, até então latente (oculta), que contrasta com os demais animais, por isso, ele passou a sentir-se sozinho, em decorrência da ausência do dialogo, ele precisava de uma auxiliadora que lhe fosse idônea, companheira.
Em Gn 2:18-25, a história prepara o cenário para a criação da mulher, salientando a natureza essencial coletiva da humanidade, sua sociabilidade. Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora. Deus, portanto, forma a mulher, com uma parte do corpo do homem. Apresenta-a Adão, que reconhece ser de sua própria essência. Osso dos seus ossos, carne de sua carne, parte de si! Essa ligação intima entre homem e mulher explica porque o homem rompe seus laços estreitos com os pais e torna-se uma só carne (ou melhor “corpo”) com a esposa, refere-se ao aspecto tangível da humanidade e ao aspecto físico do casamento.

Alguém observou que o homem tem espírito para ter comunhão com Deus, vontade para ele obedecer, e corpo para servi-lo!!!

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Pentateuco

 A BÍBLIA:

“Deus se revelou ao homem e esta revelação ficou registrada na Bíblia (biblos=coleção de livros). Nascida no oriente e revestida de linguagem, do simbolismo e das formas de pensar tipicamente orientais, as Escrituras têm, não obstante, uma mensagem para a humanidade toda. Não narram uma revelação a uma só pessoa como os demais livros religiosos, mas uma revelação progressiva arraigada à história de um povo.”


A Bíblia é uma biblioteca de 66 livros escritos por 40 autores num período de 1500 anos; apesar disso, nela existe um único tema a REDENÇÃO DO HOMEM.

Divide-se assim:
1.      O Antigo testamento: a preparação do Redentor- Anuncio do Redentor- Preparação do POVO.
2.      Os Evangelhos: a manifestação do Redentor
3.      Os Atos: a proclamação da mensagem do Redentor
4.      As Epistolas: a explicação da Obra do Redentor (Jesus).
5.      O apocalipse: a consumação da obra do Redentor


O Antigo Testamento trata do relacionamento de Deus com o povo escolhido para ser o exemplo de homens e mulheres que servem a um único Senhor. O povo Hebreu foi chamado para serem: O depositário da Palavra Divina, ser a testemunha do único Deus verdadeiro perante as nações e ser o meio pelo qual viesse o Redentor.

Povo Hebreu:

Depositário da Palavra
Testemunha do único Deus
E meio pelo qual o Messias viria.

O Antigo Testamento divide-se assim:

O Pentateuco ou a Lei:                              Gênesis a Deuteronômio              5 livros    
Históricos                                                    Josué a Ester                              12 livros
Poéticos                                                       Jó a Cantares                                5 livros
Proféticos                                                    Isaías a Malaquias                      17 livros


 O PENTATEUCO


INTRODUÇÃO:

Nome que provém do grego da versão da Septuaginta do século III a.C. pentateujos (cinco pergaminhos ou livro em cinco volumes).
Conhecido pelos judeus como “sefer hattôra” (livro da Lei), ou “hattôra” (a Lei), também conhecido como a Lei de Moisés.




AUTORIA:

Muitos trechos contém frases, nomes e costumes do Egito, indicativos de que o autor tinha conhecimento pessoal de sua cultura e geografia, algo que aponta para a veracidade de que dificilmente teria outro escritor em Canaã, vários séculos depois de Moisés.
Também pelas referencias feitas com relação a certos materiais do tabernaculo, deduzimos que o autor conhecia a península do Sinai. Como também, a contestação dos conservadores estudiosos de que o Deuteronômio foi escrito no Período de Moisés. O ponto de referencia do autor do livro é de uma pessoa que ainda não entrou em Canaã.
A arqueologia também confirma que muitos dos acontecimentos do Livro de Gênesis são realmente históricos, como também que o Pentateuco apresenta detalhes históricos exatos.

Durante séculos judeus e cristãos aceitaram a tradição bíblica de que Moisés escreveu o Pentateuco. Outros historiadores antigos como Josefo, Filó e inclusive o Talmude, aceitaram unicamente a autoria de Moisés.
O único ponto discutível está em relação à morte de Moisés (Dt 34.5). Filo e Josefo afirmam que Moisés narrou sua própria morte. Porém o Talmude atribui a Josué os últimos oito versículos do Pentateuco.
Certas partes importantes são atribuídas a Moisés (Ex 17.14; Dt 31:24-26).
Outros livros do V.T. atribuem como obra de Moisés (Ed 3.2; Ne 8.1).
Os autores do N.T. concordam com sua autoria (At 13.39; 15.5; Hb 10.28; II Co 3.15).
Jesus confirma a autoria de Moisés para o Pentateuco (Jo 5.46).

Há razão ainda para se duvidar de que o grande líder do Êxodo foi seu autor?



PANORAMA CRONOLÓGICO:

O Prólogo:

Pentateuco começa narrando à criação e o desenvolvimento dos primeiros homens na terra (Gn 1.11).
O homem é o evento destacado desta parte das Escrituras. O homem é a criação maior de Deus e é subordinado a Ele. A sua condição especial é danificada pela sua aspiração superior, a qual corrompe seu relacionamento com Deus e com o resto da criação.
A figura do pecado cerca todos os eventos da vida do homem, não havendo coisa alguma que não tenha sido alcançada por este. Deste modo Deus intervém com uma mistura de Justiça e redenção em um plano eterno.
Apesar das diversas vezes a corrupção humana se manifestar em contradição a Deus, isto não impede que Ele procure o bem estar e a bem-aventurança do homem. Por este motivo Deus escolhe um homem com o qual faria efetiva a sua intenção de alcançar o gênero humano.



Eleição:

O Velho Testamento descreve o povo de Israel como a nação que tem como fundador Abraão. Os cristãos também aceitam a sua importância como aqueles que são parte do povo de Deus (Rm 4.16) com significado atual.
A idéia da eleição de um povo revela dois aspectos: promessa e responsabilidade. A Abraão são feitas muitas promessas: 1) povo numeroso; 2) herança duma terra; 3) Uma benção especial; Estas promessas não só alcançariam os descendentes, mas todos os homens.
Porém as promessas de Deus são condicionadas à responsabilidade de como administrar tais promessas. Assim outros devem usufruir tais bênçãos. Por esta razão a história de Israel deve ser vista em relação a como Israel cumpriu tal responsabilidade.






A ALIANÇA:

Para a tradição hebraica: aliança significa vínculo de todos os relacionamentos humanos, deste modo no relacionamento de Deus com o homem é necessário que este seja manifesto com alianças. No Pentateuco se descreve três ocasiões distintas de alianças.
1)      Noé (Gn 9.9).
2)      Abraão (Gn 15.18; 17.4).
3)      Sinai (Ex 24.7).

Mais importante que a formulação da aliança, é seu significado teológico:

1)      Era baseado na iniciativa de Deus, atuando com soberania e misericórdia;
2)      Implicava uma nova revelação de Deus, Ele manifestava-se com diferentes nomes e títulos (Gn 15.1; 17.1; Ex 3.14; 20.2).
3)      Impunha exigências morais e rituais ao povo. As diferentes exigências civis, morais, ritualistas e cerimoniais apontavam para o fato de que o povo se relacionava com um Deus Santo. Deus exige que seu povo reflita o seu caráter tanto no culto como no comportamento.

 A LEI:

A Lei é básica e essencial no Pentateuco. Sua forma simples e tradicional está nos Dez Mandamentos (Ex 20; Dt 5), os quais devem ser classificados em:

1)      Livro da Aliança (Êx 21-23);
2)      O Código de Santidade (Lev 14-26);
3)      A Lei de Deuteronômio (Dt 12-26).

Apesar de encontrar semelhanças com outros tipos de Leis contemporâneas de outras civilizações, mais significantes são suas diferenças:
     
      Monoteísmo pleno (um único Deus);
      Preocupação com tudo que está em devastação, escravos, estrangeiros, órfãos, viúvas, etc.
      Seu espírito comunitário baseado o relacionamento da Aliança.

Um outro aspecto da Lei é que esta era bem definida em relação ao cumprimento, isto é farás ou não farás! A Lei tem um mandamento específico para cada situação específica dentro da experiência da esfera humana.


O objetivo das Leis cerimoniais e rituais foi guiar a administração diária da vida em Israel, e ensinar como o povo deveria adorar a Deus no contexto deles. Cada norma para cada rito era acompanhada de instruções detalhadas para a preservação da pureza ritual, assim como o povo devia manter-se na pureza em relação à religião externa. Deveriam aproximar-se de Deus com a própria particularidade moral e ritual.
Assim a Lei manifesta sua aplicação e plenitude espiritual em Cristo Jesus!!!