domingo, 1 de maio de 2011

O LIVRO DE NÚMEROS


TÍTULO E CONTEÚDO: O título vem da versão grega. Denominou-se Números porque se registram dois recenseamentos: no principio e no capítulo 26. Contudo, um dos títulos hebreus, Bedmidhbar (no deserto), reflete melhor o caráter do livro, pois relata a história das peregrinações de Israel desde o Sinai até a chegada à margem esquerda do rio Jordão. Abarca um espaço de quase trinta e nove anos e forma um elo histórico entre os livros de Êxodo e de Josué.

CARÁTER DO LIVRO: Números é uma miscelânea de três espécies: acontecimentos históricos da peregrinação de Israel no deserto; leis para Israel, de caráter permanente; e regras transitórias válidas para os hebreus até que chegassem a Canaã. A história e as leis vão misturadas em partes aproximadamente iguais em extensão. As exigências das situações vividas davam origem a novas leis.
Considera-se que Números está enfocado para os aspectos de serviço e conduta.
Myer Pearlman observa: “Em Êxodo vimos Israel redimido; em Levítico vemos Israel em adoração; e agora em Números vemos Israel servindo.” Em outras palavras, nos livros de Êxodo e Levítico vemos os ensinos de Deus e em Números vemos Israel aprendendo-os.

ASSUNTO: O FRACASSO DE ISRAEL: Números é um dos livros mais humanos e tristes da Bíblia. Mostra como os hebreus fracassaram em cumprir os ideais que Deus lhes havia proposto. Chegaram aos limites da terra prometida, mas tinham a personalidade de um escravo covarde, dependente e incapaz de enfrentar a perspectiva da luta. Perderam a pequena fé que haviam tido e quiseram voltar ao Egito.
Daí começaram suas peregrinações que duraram trinta e oito anos. Não obstante, Números relata detalhadamente só a historia do primeiro e a do último, pois nos anos intermediários de apostasia nada aconteceu de valor religioso permanente. É uma história trágica de fé, de queixas, murmurações, deslealdade e rebelião. Como conseqüência, quase toda a geração que havia presenciado as maravilhas no livramento do Egito pereceu no deserto sem entrar na terra prometida. Somente três homens, Moisés, Josué e Calebe, sobreviveram até ao fim do relato do livro. E somente dois dos três, Josué e Calebe, entraram em Canaã.
Por outro lado, Deus levantou uma nova geração de hebreus, instruídos nas leis divinas para a conquista de Canaã. A vida selvagem e incerta da peregrinação no deserto desenvolveu neles uma personalidade distinta da do homem escravo. Acostumaram-se a dureza, de suportar a escassez de alimento e de água, ao perigo continuo de um ataque súbito dos povos do deserto. No final do livro, os israelitas haviam chegado à margem do Jordão e estavam preparados para tomar posse de Canaã.

ASSUNTO: Infidelidade no Deserto.

ESBOÇO:

1) Preparativos para a viagem até Canaã – caps. 1:1 -10:10.
A) O censo e a organização de Israel – 1-4.
B) A santificação do acampamento e leis diversas – 5-8.
C) A páscoa e as trombetas – 9:1 – 10:10.
2) A viagem do Sinai a Cades-Barnéia – 10:11 – 12:16.
A) A partida de Israel; Hobabe – 10:11-36.
B) O descontentamento do povo e o desanimo de Moises – 11.
C) As criticas de Miriã e Aarão – 12.
3) O fracasso em Cades-Barnéia devido a incredulidade – 13-15.
A) Os espias exploram a terra – 13.
B) A reação de Israel e o juízo de Deus – 14.
C) Vários preceitos – 15.
4) Controvérsia acerca da autoridade – 16-19.
A) A rebelião de Core – 16.
B) A prova das varas – 17.
C) A purificação do acampamento – 19.
5) Experiências na viagem para Moabe – 20-25.
A) O pecado de Moisés e Aarão – 20.
B) A serpente de bronze; vitórias militares – 21.
C) Balaão – 22-25.
6) Preparativos para entrar em Canaã -26-36.
A) O segundo censo – 26.
B) Leis sobre heranças – 27:1-11.
C) Nomeado sucessor de Moisés – 27:12-23.
D) Ofertas nas festas – 28:1-29:40.
E) A lei dos votos – 30.
F) Guerra santa contra Midiã – 31.
G) Distribuição da Transjordânia – 32.
H) Etapas da viagem no deserto – 33:1-49.
I) Mandados referentes a ocupação de Canaã – 33:50 – 36:13.

ENSINO - COMO O SENHOR LIDA COM O SEU POVO:

1.      O Senhor havia feito aliança com o seu povo e sempre estava em seu meio, guiando-os, cuidando deles e protegendo-os. Apesar das queixas, da ingratidão e da falta de fé de Israel, Deus supria as necessidades e os protegia dos seus inimigos. O Senhor lhes deu um grande líder para guiá-los e os livrou de todas as suas aflições.
2.      Deus utilizou as experiências do deserto para disciplinar seu povo e desenvolveu-lhe o caráter. Apesar de todos os benefícios que o Senhor lhes fazia, eles viviam em constantes crises, porque não queriam sujeitar-se a uma vida de irrestrita e constante obediência ao Pai. Deus disciplinava-os com o propósito de livrá-los de um espírito insensato de ingratidão, rebelião e orgulho. Era a disciplina de um Pai amoroso que corrige seus filhos, e não os deixa entregues a si mesmo.
3.      Deus demonstrou que nada podia frustar seus propósitos nem anular sua aliança com os patriarcas. Nem a infidelidade, nem os ataques das nações inimigas, nem as estratagemas de profetas descompromissados, puderam impedir os seus planos de realizarem-se. Israel entraria na terra prometida e ponto final.
4.      Para nós, crentes em Jesus, o livro de Números tem grande significado. A semelhança dos Israelitas, nós saímos do Egito, a terra da servidão e opressão e renascemos pelo sacrifício vivo de Cristo, o Cordeiro de Deus, nosso sumo sacerdote, que ofertou um único sacrifício e de uma vez por todas, fez-se expiação por nós, para que assim se cumprisse o que Deus planejou para todos nós, e este sacrifício serviu para anular todos os nossos pecados de antes, durante e depois da crucificação. Mas como o Israel visível, nós também temos que passar pelas peregrinações no deserto deste mundo para entrarmos na Terra Prometida (I Pedro 2:11; Hebreus 11:8-16). E assim aprendemos bastante com os fracassos dos israelitas, as leis de santidade e a bondade de Deus narrada em Números.

Deus nos abençõe!!!!